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Gabriel Bortoleto quebra jejum e estreia na F1 em casa no GP de São Paulo

Brasileiro corre pela Sauber e tenta pontuar em Interlagos após oito anos sem piloto nacional

07/11/2025 10:35
Gabriel Bortoleto | © Reprodução/ Motorsport

Quando Gabriel Bortoleto alinhar sua Sauber no grid de Interlagos, neste domingo (9), o público brasileiro verá o fim de um longo jejum: oito anos sem um piloto do país disputando o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1. O último havia sido Felipe Massa, que se despediu da categoria em 2017, em uma corrida marcada pela emoção e homenagens.

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A estreia de Bortoleto em casa desperta grande expectativa entre os fãs e especialistas. O paulista de 20 anos, campeão da Fórmula 3 em 2023, vive uma boa temporada de estreia na F1, mas encara o desafio de competir com um carro limitado, dependente das condições de pista, e com pouca experiência no traçado paulistano ele correu em Interlagos apenas uma vez, na Corrida de Duplas da Stock Car, em 2021.

Desde 2017, o Brasil não tinha representante no grid da principal categoria do automobilismo mundial. A presença de Bortoleto marca o retorno de um brasileiro à Fórmula 1 em casa, reforçando a tradição nacional no esporte.

A pergunta que fica é: como será a estreia do jovem piloto em Interlagos? O histórico mostra que os brasileiros costumam enfrentar dificuldades nas primeiras corridas em solo nacional. Poucos conseguiram completar a prova, e apenas um terminou entre os 10 primeiros.

O início da história brasileira na F1

Os primeiros pilotos do Brasil na Fórmula 1 Chico Landi, Gino Bianco, Nano da Silva Ramos e Fritz d’Orey,  nunca chegaram a competir em casa, já que o GP do Brasil só entrou oficialmente no calendário em 1973, após uma edição extracampeonato em 1972.

Logo na estreia, o público vibrou ao ver Emerson Fittipaldi vencer com sua Lotus, superando Jackie Stewart e garantindo o primeiro triunfo brasileiro em Interlagos. Naquela prova, apenas Luiz Bueno também cruzou a linha de chegada, em 12º lugar, enquanto José Carlos Pace e Wilson Fittipaldi abandonaram.

Nas décadas seguintes, o histórico de estreias brasileiras em casa foi marcado por abandono precoce e azar. Pilotos como Ingo Hoffmann (1976), Alex Ribeiro (1977) e Nelson Piquet (1978) não completaram suas primeiras corridas no Brasil.

Nos anos 1980, a estreia de Ayrton Senna em 1984 terminou com abandono ainda na oitava volta, quando pilotava pela Toleman. O mesmo ocorreu com Maurício Gugelmin (1988) e Roberto Pupo Moreno (1989).

A sina continuou na década de 1990, quando Christian Fittipaldi (1992), Rubens Barrichello (1993) e Tarso Marques (1996) não completaram suas corridas. O único que quebrou o jejum foi Pedro Paulo Diniz, que em 1995 conseguiu terminar em 10º lugar, encerrando quase 20 anos de abandonos consecutivos.

Anos 2000 e 2010: pontuar virou raridade

Mesmo com carros mais confiáveis nos anos 2000, as estreias continuaram complicadas. Luciano Burti e Enrique Bernoldi abandonaram em 2001; Felipe Massa, em 2002; Antônio Pizzonia, em 2003; e Nelsinho Piquet, em 2008. O único a concluir a prova nesse período foi Cristiano da Matta, que terminou em 10º lugar em 2003.

Já nos anos 2010, apenas três brasileiros estrearam em casa: Bruno Senna, Lucas di Grassi e Felipe Nasr. Desses, Nasr obteve o melhor resultado, 13º em 2015, enquanto Senna terminou em 21º e Di Grassi não completou a prova.

Bortoleto e o desafio de pontuar em casa

Com esse retrospecto, Gabriel Bortoleto tem pela frente o desafio de não apenas completar sua primeira corrida em casa, mas também pontuar algo que nenhum brasileiro conseguiu em uma estreia em Interlagos desde Emerson Fittipaldi, em 1973.

A expectativa é alta, especialmente porque o jovem piloto demonstrou consistência e maturidade ao longo da temporada. Mesmo com um carro modesto, Bortoleto tem sido elogiado pela capacidade de administrar pneus e evitar erros, características valiosas em Interlagos, um circuito conhecido pelo clima imprevisível e pela variação de estratégia.