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Brasil amarga quinto lugar e faz pior campanha em Eliminatórias para a Copa

Mesmo com a derrota para a Bolívia, Seleção segue cabeça-de-chave no ranking da FIFA

10/09/2025 09:41 (Atualizado às 10:10)
Miguelito comemora o gol da Bolívia contra o Brasil | © Buda Mendes/ Getty Imagens

A derrota por 1 a 0 para a Bolívia, em El Alto, não foi apenas um tropeço num campo difícil e a 4.150 metros de altitude. Foi a confirmação de uma estatística incômoda: o Brasil terminou as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 em quinto lugar, com 28 pontos, igualado a Colômbia, Uruguai e Paraguai, mas atrás no saldo de gols. Um dado que se traduz em algo inédito e incômodo: a pior campanha da história da Seleção em um qualificatório sul-americano.

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Não dá para fingir que nada aconteceu. Pela primeira vez, o Brasil viu seu nome colado no limite da zona de classificação direta, algo que, em outro formato, significaria disputar uma repescagem. Para um país que sempre tratou as Eliminatórias como mera formalidade, o contraste é gritante.

Claro, os números frios não contam toda a história. O Brasil já está garantido no Mundial e segue como cabeça-de-chave, afinal, ocupa a quinta posição no ranking da FIFA e é esse ranking, não a tabela sul-americana, que define os potes da Copa. Mas há algo simbólico em terminar em quinto lugar. É um choque de realidade. É admitir que o futebol brasileiro já não assusta como antes e que a camisa, sozinha, não ganha jogo.

Carlo Ancelotti tem usado os últimos jogos para testar formações, dar minutagem a jovens talentos e observar quem pode ou não ser titular. Em teoria, é natural. Em prática, o resultado foi uma Seleção que chega ao fim das Eliminatórias com mais dúvidas do que certezas.

O treinador sofreu sua primeira derrota no comando da equipe justamente diante de um adversário que sempre usou a altitude como arma. Mas não foi apenas o fator físico. O Brasil pecou em organização, em intensidade e, mais grave, em convicção.

Se alguém perguntasse, há 20 anos, se o Brasil um dia terminaria em quinto lugar nas Eliminatórias, muitos diriam que era impossível. Até 2002, a Seleção havia se classificado em terceiro, com 30 pontos, e já parecia pouco. Hoje, esse desempenho seria comemorado como alívio.

O que mudou? A resposta é simples e complexa ao mesmo tempo: o futebol mundial mudou. As seleções sul-americanas se modernizaram, investiram em processos de formação e, sobretudo, não entram mais em campo com medo do Brasil. A aura de invencibilidade se foi.

No sorteio da Copa, o Brasil seguirá no pote dos gigantes, ao lado de Argentina, Espanha, França e Inglaterra. Isso garante uma rota teoricamente mais tranquila na fase de grupos. Mas, olhando para a bola que a Seleção vem jogando, a pergunta que ecoa é inevitável: de que adianta ser cabeça-de-chave se dentro de campo falta liderança, entrosamento e confiança?