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Educafro processa Flamengo por racismo estrutural

ONG Educafro entra com ação milionária contra o Flamengo por discriminação racial.

Redação
Sede do Flamengo na Gávea, Zona Sul do Rio
Sede do Flamengo na Gávea, Zona Sul do Rio | © Reprodução / Google Street View

A ONG Educafro moveu um processo contra o Flamengo exigindo uma indenização de R$ 100 milhões por danos morais coletivos. O clube é acusado de praticar racismo estrutural em suas políticas administrativas ao longo de décadas. A ação destaca questões como os altos preços dos ingressos, que teriam elitizado os estádios recentemente, além da subvalorização de ídolos negros, entre outros pontos.

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Na petição de 38 páginas, a Educafro também apresenta uma lista de reivindicações. Entre elas, está a criação de uma comissão de igualdade racial com participação da sociedade civil, implementação de cotas raciais em cargos de liderança, programas de educação antirracista para dirigentes, funcionários e atletas, e facilitação do acesso aos jogos do time, com ingressos sociais a R$ 10 e entrada gratuita para estudantes da rede pública.

A ONG ressalta que o Flamengo carrega "marcas profundas de racismo que permeiam o futebol brasileiro" e menciona casos de racismo velado entre os anos 1940 e 1980, envolvendo ícones como Adílio e Andrade. Também critica declarações recentes de dirigentes do clube, como a minimização do racismo nos estádios sul-americanos e comentários discriminatórios sobre habilidades físicas e mentais de africanos.

O fundador da Educafro, Frei David, considera a repercussão do processo uma vitória por provocar discussões sobre o racismo. Ele destaca a importância do debate e se mostra disponível para dialogar, ressaltando a disposição da ONG em buscar uma conciliação com o Flamengo. Frei David reforça a relevância do tema para o Brasil, onde mais da metade da população é afrodescendente.

Em resposta, a assessoria do Flamengo afirmou que o clube ainda não foi notificado formalmente, mas que responderá à ação quando necessário. O Flamengo classifica a iniciativa da Educafro como "lamentável e oportunista", mencionando que alterações recentes no estatuto visam combater o racismo estrutural.